Nos pântanos do sul do Iraque, Ibrahim e a sua família vivem na solidão, como estranhos ao mundo exterior, as suas vidas presas ao rio, aos juncos e aos búfalos que cuidam. Silencioso e retraído, Ibrahim encontra conforto apenas no seu búfalo, o seu único companheiro. Mas, à medida que os rios secam e a paisagem definha, Ibrahim enfrenta forças implacáveis que ameaçam a única vida que alguma vez conheceu e a única criatura que alguma vez compreendeu.
Ali Yahya é um cineasta iraquiano. Nascido em 1994, viveu e trabalhou toda a sua vida em Bagdade — uma cidade onde a história e o caos se entrelaçam, moldando tanto a memória como a identidade. O seu percurso como contador de histórias não começou no cinema, mas com uma exploração da mente humana, estudando a saúde mental e a psicologia para compreender as batalhas silenciosas que carregamos dentro de nós. Ali descobriu que contar histórias não é apenas a criação de narrativas; trata-se de captar momentos fugazes da existência — os ecos de vozes muitas vezes não ouvidas, os espaços entre as palavras e as emoções que resistem à definição. Para ele, o cinema não é apenas um meio; é um veículo para questionar, sentir e existir para além do tangível. O cinema é um convite: para testemunhar, refletir e descobrir camadas invisíveis do mundo e de nós próprios.