Fogo no Lodo

Candidato ao prémio jean-loup passek

• Melhor LONGA-METRAGEM

• Melhor DOCUMENTÁRIO PORTUGUÊS

Candidato ao prémio d. quixote


Fogo no Lodo Fire in the Mud


Catarina Laranjeiro, Daniel Barroca | Portugal, 2023, 118'

1 ago

Casa da Cultura
14:30

Unal é uma aldeia de produtores de arroz cujos habitantes desempenharam um papel crucial na luta de libertação da Guiné-Bissau contra o colonialismo português. Foram os primeiros a envolverem-se na revolta armada, mobilizando para a guerrilha os seus espíritos ancestrais, os Irãs - os donos naturais da terra a quem prestam reverência. Ainda hoje, cada gesto do ciclo do arroz - da lavra à colheita - é assombrado pelas memórias da guerra. Um trauma que também está inscrito nos seus rituais, corpos, paisagens e música techno actuais. No rescaldo da guerra, um grupo de soldados foi possuído por uma visão messiânica, "A Sombra", que lhes deu o poder de prever o futuro e curar as suas comunidades com plantas do mato através de escritos talismânicos. "Fogo no Lodo" aborda de forma profundamente imersiva um complexo caldeirão de formas religiosas e tumultos políticos numa comunidade diversificada, onde veteranos da guerra convivem com jovens inquietos, reclamando o seu futuro na Guiné-Bissau contemporânea.

Catarina Laranjeiro

Catarina Laranjeiro


Catarina Laranjeiro (n. 1983) estudou Psicologia Social na FPCE-UL (Lisboa), Cinema/Imagem em Movimento no Ar.Co (Lisboa), Antropologia Visual na FU (Berlim) e acaba de terminar o doutoramento em Pós-Colonialismo e Cidadania Global no CES-UC (Coimbra). A sua tese debruça-se sobre a importância da cosmologia política e das imagens no decorrer da Luta de Libertação na Guiné-Bissau, país com o qual mantém uma estreita relação desde 2009. Com um percurso particularmente transdisciplinar, tem autoria e colaboração em diversos projetos que aliam a investigação à criação artística, cruzando a antropologia, o teatro e o cinema. Alguns destes trabalhos, resultaram em filmes, nomeadamente Pabia di Aos (2013), trabalho final de mestrado, e Eu Sou Da Mouraria ou Sete Maneiras de Contar e Guardar Histórias (2011), trabalho final de uma pós-graduação em Culturas Visuais Digitais, co-realizado com Catarina Vasconcelos.

Daniel Barroca


Daniel Barroca, estudou Artes Plásticas na Escola de Arte e Design das Caldas da Rainha e no Ar.Co. Foi artista residente na Künstlerhaus Bethanien em Berlim, na Rijksakademie em Amesterdão, no Ashkal Alwan em Beirute, e no Drawing Center em Nova Iorque. Nos últimos anos foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Botin e da Comissão Fulbright. Neste momento frequenta o programa de Doutoramento em Antropologia na Universidade da Florida onde desenvolve uma pesquisa sobre imagem e guerra colonial. Ao longo do seu percurso artístico, tem desenvolvido projetos de cinema expandido e experimental, que têm sido apresentados em festivais de cinema e espaços de arte contemporânea em diversas partes do mundo.