"Percorri essas regiões onde nasceram os grandes descobridores do mundo, Henrique o Navegador, Vasco da Gama... Vi os sórdidos bairros de lata dos arrabaldes miseráveis de Lisboa... Segui a rota da imigração... Vivi os encontros dos passadores clandestinos do Porto, subi os caminhos de Chaves, falei com o pequeno pastor de capote de palha, provei a aurora nos Pirenéus, sabor a inverno, a pleurisia, a angústia... Juntei-me às longas filas de espera na estação de Hendaye... aqui, por detrás de cada rosto, está Portugal, o seu meio século de história, de escuridão, de opressão..."
Gérald Bloncourt
Gérald Bloncourt nasceu no Haiti em 1926 onde viveu até aos 20 anos, altura em que foi expulso do país por ser um dos principais líderes do movimento revolucionário contra o Governo de Lescot. Exilou-se em Paris onde foi nomeado editor de fotografia do jornal L'Humanité. Pouco depois Bloncourt tornou-se fotógrafo independente e trabalhou para publicações como Le Nouvel Observateur, L'Express, Le Nouvel Economiste, Le Peuple entre outras, sempre com grandes preocupações sociais. Fez várias exposições e foi condecorado tanto no Haiti como em França.
Começou a fotografar os emigrantes portugueses dos "bidonville" ainda nos anos 50. Em 1966 fez a primeira viagem a Portugal, seguindo as rotas da emigração. Regressou várias vezes, algumas delas a pé pelos Pirenéus com quem viajava "a Salto". Voltou a Portugal em 1974, depois da Revolução, no mesmo avião em que regressou Álvaro Cunhal.
A exposição Por uma vida melhor (parte 1) é inaugurada no dia 2 de agosto, pelas 11h00, com a presença de Gérald Bloncourt e de Maria da Conceição Tina.
Os cartazes de cinema são à imagem dos filmes, a preto e branco ou em tecnicolor , de pequeno formato ou em cinemascópio, efémeros e ao mesmo tempo eternos. Contam-nos uma história mas também a história de uma época. Para esta primeira edição do FILMES DO HOMEM - Festival de Documentário de Melgaço, O Museu de Cinema Jean-Loup Passek propõe uma viagem à volta dos anos 70 e do cinema português a caminho da liberdade, das utopias e da sua abertura ao mundo.
A exposição é inaugurada no dia 3 de agosto, pelas 21h30, com uma visita guiada por Bernard Despomadères e Angelina Esteves