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Filmes do Homem

mdoc festival
filmes do homem

Curso de Verão

Fora de Campo

Cinema, narrativas, lugares de memória

DATA: 1 a 6 de Agosto de 2017

LOCAL: Casa da Cultura de Melgaço

Fora de Campo é a designação do Curso de Verão que vai ocorrer no âmbito de FILMES DO HOMEM – Festival Internacional de Documentário de Melgaço.

Será um encontro de reflexão, debate e desenvolvimento de pesquisa e práticas criativas no âmbito das Ciências Sociais, das Artes e das Ciências da Comunicação, em torno do tema Cinema, narrativas, lugares de memória. O curso resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Melgaço e a AO NORTE - Associação de Produção e Animação Audiovisual em colaboração com Universidades e Grupos de Investigação/Pesquisa de Portugal, Galiza, Brasil e EUA.

São objetivos do Fora de Campo: a aproximação das abordagens artísticas, tecnológicas e das ciências sociais e humanas ao cinema; a colaboração entre Redes e Grupos de Investigação/Pesquisa que participam no Festival; o envolvimento da população local nas atividades realizadas no Curso e no Festival e contribuir para a afirmação da cultura popular como fonte de aprendizagem e desenvolvimento local.

O Fora de Campo é estruturado em diversas atividades teóricas, teórico-práticas e práticas. O calendário será dividido entre conferências e seminários, workshops, apresentação de projetos, trabalho de campo e visionamento dos filmes exibidos no âmbito do festival FILMES DO HOMEM.

A participação no Curso de Verão Fora de Campo é aberta a todas as pessoas, adaptando-se os trabalhos a realizar durante o curso aos conhecimentos teóricos e práticos do participante. Todos os participantes são convidados a produzir conteúdos audiovisuais resultantes da aplicação dos princípios teóricos e práticos trabalhados durante o curso. Todos os participantes receberão um certificado de participação.

Os participantes que desejarem deste modo envolver-se ativamente no curso poderão também requerer a sua Creditação para efeitos curriculares. Neste caso, o seu trabalho será sujeito a uma avaliação por parte da Coordenação do Curso. Os parâmetros e objetivos da avaliação serão trabalhados em conjunto com o participante, de acordo com as suas competências prévias, sendo o trabalho apresentado em formato de portfólio, que inclui exercícios do curso e relatórios de progresso.

Área Científica

Ciências Sociais, Artes e Ciências da Comunicação

Coordenador Geral

José da Silva Ribeiro

Equipa de Coordenação do Curso

José da Silva Ribeiro / Daniel Maciel / Patrícia Nogueira / Casimiro Pinto, do Grupo de Estudos de Cinema e Narrativas Digitais da AO NORTE e a Colaboração de Alice Fátima Martins da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás e de Denise Machado Cardoso VISAGEM - Grupo de Pesquisa em Antropologia Visual e da Imagem da Universidade Federal do Pará.

Destinatários

  • Professores e animadores culturais
  • Documentaristas
  • Estudantes e investigadores/pesquisadores
  • Outros participantes, interessados pelas temáticas das identidades

Horário

O horário detalhado será divulgado em breve
Os interessados em que o Curso seja creditado devem participar em todas as actividades do Festival Filmes do Homem.

Inscrição

Participante - 50€

Participante do concelho de Melgaço - gratuita

Inscrição com alojamento e refeições/ quarto single (alojamento numa unidade hoteleira e refeições nos dias 1, 2, 3, 4, 5, 6) – 340€

Inscrição (duas pessoas) com alojamento e refeições/quarto duplo (alojamento numa unidade hoteleira e refeições nos dias 1, 2, 3, 4, 5, 6 – 480€

Preencha e envie a ficha de inscrição, através de e-mail, até ao dia 15 de julho de 2017, para docs@filmesdohomem.pt

Programa

1 de agosto

Melgaço: Entre o Minho e o Amazonas

Carlos Eduardo Viana, Festival Filmes do Homem, AO Norte – Associação de Animação e Produção Audiovisual. Denise Machado Cardoso, VISAGEM, Universidade Federal do Pará. José da Silva Ribeiro, Universidade Federal de Goiás, CEMRI – Media e Mediações Culturais, Universidade Aberta. Rosane Zanotti e José António Martinuzzo, Universidade Federal do Espírito Santo.

Será apresentado o Festival Filmes do Homem, as residências cinematográficas, os filmes produzidos nas RC 2016 e o projeto cultural e de pesquisa Melgaço: Entre o Minho e o Amazonas Capixaba. A sessão encerrará com o visionamento dos filmes realizados em FILMES DO HOMEM 2016 e filmes sobre Melgaço e outras cidades do Amazonas (Almeirim, Santarém, Alenquer).

2 de agosto

Cinema, narrativas, lugares de memória

Alice Fátima Martins, Faculdade de Artes Visuais - Universidade Federal de Goiás José da Silva Ribeiro, Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Artes Visuais, CEMRI – Media e mediações culturais, UAb. Paula Godinho, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa. Sérgio Rizzo, Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Academia Internacional de Cinema.

De tudo quanto já vimos, de tudo que tenhamos vivido, os fragmentos que ficaram fazem parte daquilo que somos. Ou que supúnhamos ser. Depois do advento do cinema, as imagens escritas com luzes e sombras dançantes, sonorizadas ou não, tomaram lugar em nossas memórias, misturando-se aos sonhos e às lembranças do já vivido, num processo irreversível de reordenação e expansão do mundo reconhecível, passível de ser traduzido, imaginado, rememorado. Estas narrativas do cinema não se bastam com o projeto de recontar o que se tenha passado diante das lentes-olhos dos equipamentos cinematográficos. Elas reinventam esses eventos, e os expandem no tempo-espaço, redimensionando sentidos, caminhos, temporalidades, horizontes. As memórias coletivas. Os afetos. As saudades, mesmo daqueles sítios e tempos os quais jamais tenhamos habitado.

3 e 4 de agosto

Workshops

Os workshops acontecerão em paralelo devendo, cada participante, indicar o workshop em que deseja inscrever-se.

Workshop #1
A minha casa é o meu mundo

Álvaro António Gomes Domingues, Faculdade de Arquitetura, Universidade do Porto

Havia um velho ditado que dizia que “quem fez a casa na praça / a muito se arriscou / para uns, pequena de mais / para outros, de alta passou”. Habitualmente associada à esfera doméstica, à privacidade e à vida íntima, a casa é também um marcador social de elevada visibilidade e importância. A casa é uma face pública dos seus ocupantes, materializa o modo como cada um se representa e se pretende posicionar socialmente. Define um gosto, uma situação de desafogo ou de escassez, uma visão do mundo. A forma, as cores, os materiais, o modo como a casa se estende até ao limiar do espaço público através dos jardins, da decoração dos espaços exteriores, dos muros, das portas…, tudo isso compõe um vasto léxico de signos que interpelam o outro, que o convidam a entrar no jogo cruzado da classificação e da distinção sociais. A casa é por isso um dispositivo de inscrição social da máxima importância. “A casa coloca-se no centro da aventura migratória”, afirma-se no livro “Casas de Sonho”. Sair da sua terra, fugir da pobreza à procura noutro país de uma situação melhor e de um projeto de vida para si e para os seus, implica, frequentemente, voltar para dar sinal de si e de uma nova condição radicalmente diferente da que se tinha à partida. Por isso a casa se carrega de pequenas e grandes coisas, se assume como gesto de rutura em relação ao passado, como se fora um dispositivo semiótico de largo espectro anunciando uma identidade, o reconhecimento, a partilha e a diferença em relação ao grupo de pertença ou, simplesmente, a quem passa.

Workshop #2
Lugares de memória: a(s) casa(s) (um real imaginado?)

Manuela Matos Monteiro e João Lafuente, Espaço MIRA e Mira FORUM

Tomando a fotografia como o nosso meio de intervenção no curso de verão, propomo-nos explorar o seu potencial em mais de uma vertente. Tomamos como ponto de partida privilegiado duas propostas: 1) os álbuns de fotografias são repositórios de memórias familiares em que a casa de residência ou de férias é o elemento âncora de acontecimentos e episódios de vida. Pedimos que tragam os seus álbuns ou conjunto de fotografias em que a casa surja como um desencadeador de narrativas que podem assumir diferentes produtos finais. 2) acompanharemos o percurso do Álvaro Domingues – A minha casa é o meu mundo - orientando o registo fotográfico desse itinerário. O confronto com os pontos de vista e o modo de representação/interpretação dos roteiros efetuados pelos participantes disponibilizarão material para reflexões que integrarão as questões eixo do curso de verão.

Workshop #3
Cinema e narrativas digitais - Narrativa na Primeira Pessoa (práticas de campo)

Alice Fátima Martins, Faculdade de Artes Visuais - Universidade Federal de Goiás João Martins, Visões Úteis (Porto), Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE-IPP) e na Academia Contemporânea do Espetáculo (ACE). José da Silva Ribeiro, Faculdade de Artes Visuais - Universidade Federal de Goiás, CEMRI – Media e mediações culturais, UAb. Sérgio Rizzo, Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Academia Internacional de Cinema.

Diário de campo, reflexividade, mise en abyme… A narrativa na primeira pessoa é comum no cinema, na literatura, na pintura, nos videojogos, nas narrativas digitais. Neste workshop vamos ver e analisar algumas dessas narrativas e ensaiar a construção de narrativas audiovisuais, ou narrativas digitais interativas a partir das experiências vividas em Melgaço – Filmes do Homem.

Workshop #4
Educação – cinema narrativas e lugares da memória

Isa Catarina Mateus, Coordenadora da Comissão de Formação do Cineclube de Faro Graça Lobo, Coordenadora do Programa Juventude Cinema Escola. Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares - Algarve

Que memória é construída na Escola através do cinema? Que filmes incluímos na formação dos alunos? Qual a necessidade da criação de “ leitores de filmes”? Como é que a narrativa documental pode ser um instrumento de abertura à História e ao Mundo Contemporâneo? Como ajudar a construir uma memória coletiva? A partir da reflexão e da análise de três filmes tentaremos dar resposta às questões levantadas. Da mesma forma serão encontradas estratégias e materiais para aplicação na sala de aula e na Biblioteca Escolar.

4 de agosto Tarde

Apresentações

Apresentação dos trabalhos realizados nos workshops.

5 e 6 de agosto

Participação no Salto a Melgaço

Nos anos sessenta milhares de portugueses emigraram para França "a salto", assim se chamava a viagem clandestina dos que procuravam um novo destino. Salto a Melgaço propõe, não uma viagem acidentada como a dessa época, mas que partilhe connosco a programação que preparamos e faz parte de Filmes do Homem.