Fora de Campo
Homenagem
a Benjamim Enes Pereira
e Marc-Henri Piault
Fora de Campo - Curso de Verão 2022 tem como tema central – Antropologia Visual / Antropologia e Cinema. Não poderia, pois, esquecer duas figuras relevantes desta área de pesquisa e de produção audiovisual que recentemente nos deixaram e cujo herança científica, artística e cultural permanece viva para os que seguiram seus percursos.
Benjamin Enes Pereira
Benjamin Enes Pereira (1928 – 2020), natural de Carreço – Viana do Castelo é indissociável da antropologia e da museologia em Portugal, não apenas pela sua pertença à equipa fundadora do Museu Nacional de Etnologia e pelo trabalho que aqui desenvolveu, mas também pela colaboração intensa que tem sido chamado a dar a inúmeros projetos museológicos por todo o país. Sendo autor de obras indispensáveis ao conhecimento da cultura material tradicional portuguesa, em particular as que resultaram das linhas de investigação do Centro de Estudos de Etnologia e do Museu Nacional de Etnologia, o seu percurso profissional é também marcado pela importância que cedo conferiu ao uso da imagem, fotográfica e em movimento, na documentação das realidades sociais. Particularmente relevante seu envolvimento nos filmes realizados em Portugal, pelo Instituto do Filme Científico de Göttingen em 1970.
Marc-Henri Piault
Marc-Henri Piault (1933-2020), foi antropólogo-cineasta, professor e pesquisador francês, realizou em setembro 1993 o 1o Seminário de Antropologia Visual em Portugal. Viveu no Brasil em seus últimos anos de vida contribuindo, com cursos, seminários e conferência para o desenvolvimento da Antropologia Audiovisual. Elaborou o Relatório Godelier para a Antropologia Visual. Realizou pesquisas na África Ocidental, em especial no Níger e na Nigéria, sobre migrações, formações políticas pré- coloniais e cultos de possessão; na França, sobre identidade regional e representação cultural; e no Brasil, sobre religião, violência e pertencimentos identitários. Orientou trabalhos de doutoramento para investigadores da Europa, África e América Latina. Após a morte de Jean Rouch Presidiu ao Comité du Film Ethnographique e ao Festival du Film Ethnographique, atual Festival international Jean Rouch.
