Uma viagem ao encontro de alguém que pertence a nenhures. Um regresso impossível. Depois de onze anos passados na cidade, José António Baptista regressou à sua terra com o intuito de se dedicar à literatura.
(Vila do Conde, 1980) licenciado em Estudos Portugueses. Crítico e cronista de cinema e tv em algumas publicações online. Colabora há mais de 10 anos com festivais de cinema.
(Meaux, 1983) é cinéfilo e realizador amador. Doutorando em Estudos Literários (teoria).
Todas as famílias guardam segredos. A minha não é exceção. Primeiro descubro um velho filme de 9.5 mm, depois redescubro os velhos álbuns de infância da minha mãe onde as fotografias me parecem todas ilusões óticas. Mais tarde o meu avô que nunca conheci revela-se e fala comigo num estranho programa de televisão. Entre passado e presente, tento dar um sentido àquilo que vou descobrindo e aos silêncios e portas fechados que continuo a defrontar.
Estudou música, direito e cinema (MA Brisol University). Em 1998 foi uma das fundadoras da Apordoc, associação pelo documentário e começou a dar aulas de cinema e documentário em 2000. No mesmo ano, com a realizadora Catarina Alves Costa fundámos em Lisboa, A Laranja Azul, uma produtora independente de documentário e artes visuais.
Mariana é uma rapariga à procura de um contexto com o qual pensou comprometer-se desde que saiu de casa dos pais para viver com Alex, em Lisboa.Quando ele parte para Nova Iorque, ela não suporta o que lhe resta. Embora um regresso fosse impensável, ela volta ao norte. O abandono de Lisboa com o peso de ter falhado consigo e a travessia do rio de volta a casa levam-na ao encontro da lenda do esquecimento: quem atravessasse esse rio esquecer-se-ia do seu passado.Alex volta enquanto Mariana conquista um enquadramento que lhe possa servir. Ele não acredita mais neste país. Ela está mais próxima do lugar onde a sua vida começou. Ele parte. Ela não regressa.
Márcio Laranjeira estudou cinema em Portugal e documentário cinematográfico na Argentina. Desde então tem explorado uma aproximação pessoal ao subgénero novela documental nas curtas que realizou. Os seus filmes revelam conflitos geracionais e inter-relacionais, oferecendo o ponto de vista daqueles de quem se aproxima, tornando-os atores dos seus próprios quadros emocionais.
Um realizador Iraniano quer mudar-se para a Alemanha. Há um problema, no entanto. Tem de deixar a namorada para trás. Forçado a escolher entre o amor e ambição, decide fazer um filme sobre o seu primeiro encontro. Ele pede a algumas amigas para fazerem uma audição enquanto escolhe uma delas para fazer o papel da namorada... Uma comédia teen em formato documentário sobre o amor e saudade no Irão contemporâneo.
Iman Behrouzi nasceu em Shiraz, Irão, em 1984. Estudou realização de cinema na Universidade de Teerão, no Irão. Atualmente estuda Cultura dos Media (PhD) na Universidade de Colónia na Alemanha. Realizou e editou alguns documentários e curtas de ficção. Os seus filmes foram exibidos por todo o mundo.
Linguagem e paisagem como um portal para uma vida nova. Um jovem realizador Galego emigra para a Suécia, onde desempenha vários trabalhos em part-time. A aprendizagem de uma nova língua e o fascínio pela paisagem tornam-se na força condutora contra as difíceis condições de vida. À medida que aprende sobre a cultura, sociedade e estilo de vida, ele desenvolve uma nova identidade. A evocação de Jonas Mekas pode não ser imprópria para introduzir este diário filmado tão pessoal, especialmente no que diz respeito à riqueza das situações e abordagem delicada e visualmente bela. Tendo em mente a perspetiva histórica da emigração dos seus avós, o foco nuclear de Domínguez Serén - e aquele subjacente à migração humana de hoje - é, sem dúvida, a aquisição de uma nova linguagem, que permita o desenvolvimento de uma relação profunda com a nova paisagem e uma cultura humana diferente. Filmado ao longo de vários anos, o cineasta consegue capturar este longo processo, com uma edição muito precisa, que começa com pensamentos solitários silenciosos e evolui para a comunicação.
Eloy Domínguez Serén nasceu em 1985, em Simes (Galiza). Estudou em Salamanca, Milão e Barcelona, onde se formou em 2010. Antes de se estrear como cineasta trabalhou como crítico de cinema para a rádio e imprensa, tornando-se membro do Júri da Juventude na 67ª Bienal de Veneza em 2010. Em 2012 emigrou para a Suécia, onde realizou a curta-metragem Pettring. Em 2014, lançou dois novos projetos, a curta-metragem I Den Nya Himlen (estreou no Festival de Cinema de Estocolmo) e o filme Jet Lag (programado em Fid Marseille, festival de cinema Europeu de Sevilha, Doc’s Kingdom e Lussas, entre outros) . O filme Ingen ko På Isen foi estreado em Abril de 2015 no Visions du Réel e programado no Mar del Plata, Lussas, Sevilha ou L'alternativa, entre outros, enquanto o seu mais recente trabalho, a curta-metragem Yellow Brick Road, foi estreada no festival internacional de cinema documental Jihlava em Outubro deste ano. Atualmente a trabalhar na pós-produção de Midvinter, uma produção Norueguesa no Círculo Ártico.
Centenas de homens e crianças caminham, alinhadas, pelas estradas e pelos trilhos da ilha de São Miguel, nos Açores, um lugar sagrado onde a natureza e a fé se conjugam. Envergam xailes ao ombro, lenços ao pescoço, uma cevadeira às costas, um bordão e um terço na mão. Rezam por eles, pelos seus e por quem encontram pelo caminho onde vão colecionando as suas preces. Levam mais de 300 km nos pés e outros tantos de cansaço, de lágrimas, de alegria, de esperança. Um ritual único de fé e de partilha que acontece há mais de 500 anos.
Pedro Magano (1981, PT) é realizador e diretor de fotografia. Estudou Comunicação Audiovisual no Porto, na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo, acabando a Licenciatura em 2007 e especializando-se posteriormente na direção de fotografia. Como diretor de fotografia, participou nos documentários "O Vício da Liberdade", (2011) e "Manuel António Pina - Um Sítio Onde Pousar a Cabeça" (2012), ambos produzidos pela Terra Liquida filmes e exibidos na RTP. Em 2014 assinou o projeto “Artménia”, patrocinado pela Fundação Gulbenkian, sobre o centenário do genocídio da Arménia, também exibido na RTP. Na área da publicidade, destaca-se ainda a sua autoria na campanha "felicidade é ter os amigos por perto, by coca-cola", gravada em 2011, no Japão. Como realizador, Pedro estreou-se em 2007, com a curta-metragem de ficção “Logo Hoje”, obtendo o prémio competição Avanca, no Festival de Cinema de Avanca nesse mesmo ano. Do seu portfólio destaca-se também a peça documental "Era uma vez no Iraque" sobre o atentado em Nassíria, em 2003, tendo como base as fotografias do reconhecido fotojornalista Alfredo Cunha. “Irmãos”, primeira longa-metragem documental de Pedro Magano, começa agora a sua distribuição no circuito de festivais, tendo já obtido o prémio de melhor edição e o grande prémio do festival Caminhos do Cinema Português, em 2015. Atualmente, Pedro está a finalizar as filmagens de um novo documentário, “Special – A Um Mar de Distância”, apoiado pela RTP, com rodagens entre Portugal e o Canadá, sendo um projeto já selecionado no Forum Lisbon Docs 2014 e no Eurodoc 2015.
Retrato da comunidade portuguesa na região do Limousin, Le Choix Impossible (A Escolha Impossível) esforça-se para capturar a variedade e complexidade das situações, desde a primeira geração que chegou a França a partir dos anos 50 até os seus descendentes, também eles dividida entre dois países. Hoje em dia, uma nova onda de emigrantes, impulsionada pela crise chega na região do Limousin. Será que enfrenta as mesmas dificuldades que os seus antecessores? Será que tem a mesma forma de resolver os seus problemas? Recolha de testemunhos, troca de palavras entre gerações, Le Choix du Pays questiona as noções de identidade e pertença a um território. E mostra como e porque, ainda hoje, alguns deixam o seu país, por vezes as suas famílias, para procurar uma nova história e novas raízes.
Patrick Séraudie nasceu em Brive-la-Gaillarde em 1960. Vive e trabalha na região do Limousin. Realizou mais de vinte documentários no seio da companhia de produção Pyramide, que fundou em 1988, e da qual assumiu a gestão até 2008. Também produziu cerca de sessenta filmes documentários, incluindo vários primeiros filmes. Participou nas Formações Produire en Région a partir de 1995 e Eurodoc em 1999. Foi membro suplente da comissão seletiva do CNC de 2005 a 2008, Membro da comissão documentaire da região Limousin de 1998 a 2002 e membro da comissão documentaire da região Midi - Pyrénées desde 2007. Desde 2008, dedica-se à realização.
Num salão de cabeleireiro em Israel, propriedade de uma árabe cristã, a realizadora instala uma câmara por cima da bacia de lavagem. Enquanto lhes lava o cabelo, ela conversa abertamente com as clientes do Salão - árabes e judias - sobre tópicos desde a política ao amor. O que emerge destas conversas é um retrato honesto e matizado da Israel contemporânea.
Depois de vários anos na indústria dos media em Israel, Iris muda-se para Londres em 2009 para estudar cinema documental e estreia a sua primeira curta My Kosher Shifts no mesmo ano. Em 2013 começou um PhD em prática de documentário que explora a sua técnica inovadora de filmagem, baseada em comunidades fechadas. Atualmente está a trabalhar no próximo filme enquanto ensina documentarismo no Royal Holloway, Universidade de Londres.
À noite eles se juntam em bando, como se fossem um pelotão que tivesse desertado de uma mesma parte, para este pedaço de bairro no subúrbio de Fortaleza.
Leonardo Mouramateus (1991, Brasil) é um realizador de cinema. Realizou mais de 10 curtas, apresentadas e premiadas em vários festivais Brasileiros e internacionais. Mauro em Caiena (2012) ganhou o prémio de melhor curta na 35ª edição do Cinéma du Reél, Paris e no 11º Doclisboa. Lição de Esqui (2013), co-realizado com Samuel Brasileiro, ganhou os prémios de melhor argumento e melhor curta de ficção no 46º festival de Brasília, e foi exibido no indielisboa 14. Em 2013 foi convidado para instalar três das suas curtas na 1ª Fotobienal Masp no Museu de Arte de São Paulo – Masp. Em 2015, ganhou pela segunda vez o prémio de melhor curta no Cinéma du Reél, com a Festa e os Cães (2015). História de Uma Pena (2015) com estreia mundial no Festival del Film Locarno, na sessão Leopards of Tomorrow. Os seus filmes contribuem como objetos de pesquisa para muitos teoristas Brasileiros como Sylvia Beatriz Furtado e Denilson Lopes. Enquanto estuda para o Masters em Arte e Multimedia na Universidade de Belas Artes em Lisboa, Leonardo está atualmente a filmar o projeto António Um, Dois, Três. É associado na companhia de produção Praia à Noite.
O que está escondido no Smartphone de um refugiado? Contém dicas sobre as suas memórias, o passado, identidade e alguns contactos do mundo do qual teve de fugir. Este filme narra a vida quotidiana de uma loja de telemóveis minúscula dentro de um dos maiores campos para refugiados do mundo.
Pablo Iraburu (Espanha, 1969) fundador e CEO da Arena Comunicación Audiovisual. Dedicou mais de 20 anos à produção de documentários. Realizou documentários de sucesso como: "Nomadaktx", "Pura Vida" e o mais recente, "Walls".
Jorge Fernández Mayoral (Espanha) realizador e editor, trabalhou em: "Nömadaktx", "To Shoot an Elephant", "What about Columbus", "Piztera" e "Se Llevaroon Todo". Recentemente foi assistente de realização em "Yasuní, Genocidio en la Selva "e" Amazonas Clandestino "para a Discovery Max.
Pablo Tosco (Espanha), fotojornalista e cineasta, desde 2004 trabalha com a Intermón Oxfam facilitando a documentação para projetos de cooperação, desenvolvimento e ação humanitária em África, América Latina e Ásia. Publicou histórias fotográficas e audiovisuais no El País, El Mundo, La Vanguardia, BBC, TVE, Al Jazeera, The Guardian e Washington Post, entre outros.
Mariama, Amadou, Abdoulaye e Rahisy têm um objetivo na vida e procuram a forma de o conseguir. “Longe da Costa” é um documentário que mostra a viagem heroica e anónima das pessoas que lutam por conquistar os seus sonhos. Que se conseguem levantar cada vez que são deitadas abaixo. É uma história de superação, amor e dignidade.
Javier Sanz (Saragoça, Espanha 1983) mudou-se para Barcelona para estudar realização de cinema na ESCAC. Juntamente com os colegas de curso, co-realizou a longa metragem “Puzzle Love”, que participou no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian e foi exibida na Rússia e no Brasil, assim como no Canal + em Espanha. É professor de escrita de argumentos e diretor publicitário para marcas de moda.
Zahed e Najah são dois antigos inimigos da guerra Irão-Iraque que se tornaram irmãos de sangue para o resto da vida. 25 anos depois de um ter salvo a vida ao outro no campo de batalha, encontram-se por acaso no Canadá. Tendo em consideração a mais recente cobertura mediática do Médio Oriente, a história de Zahed e Najah neste documentário emocional é uma surpreendente afirmação de humanidade que atravessa as fronteiras políticas.
Ann Shin (Vancouver, Canadá 1975) é uma realizadora e produtora premiada e diretora do Fathom. Com 19 anos de experiência, ela produziu filmes independentes, documentários e apresentou centenas de horas de programação que foram para o ar na CBC, TVO, CBC Newsworld, Discovery Channel, HGTV, History Channel e Fatia. O seu mais recente projeto multi-plataformas, o filme interactivo The Defector, foi selecionado em 20 festivais internacionais de cinema, e foi nomeado para 6 prémios, ganhando melhor documentário e melhor realizador de documentário no Canadian Screen Awards em 2014. The Defector interactivo venceu o prémio FITC, o prémio Canadian Digi, e foi programado no festival SXSW interativo. Ann está atualmente a trabalhar em vários documentários e projetos multi-plataformas: 4 Fridges, Smart Drugs, and My Enemy, My Brother, selecionado para o prémio Arte France no Fórum Power to the Pixel em Londres, Inglaterra e foi selecionado para o festival de cinema de Tribeca e festival de cinema Hotdocs e terá uma campanha aos Óscares promovida pelo New York Times Opdocs.
As Casas Não Morrem propõe uma visita a um lugar inexistente de um tempo inexistente: a casa que o poeta Manuel António Pina habitou durante várias décadas da sua vida. Após a morte de Pina, esse apartamento, um segundo andar no centro do Porto, locus solus de um homem que, através da literatura, procurou aproximar-se do silêncio, permaneceu exatamente como o poeta o deixou: com os seus livros, os seus papéis, os seus quadros... Pina podia — e pode — ainda estar ali. Mas não está. Persistem apenas vestígios da sua presença, daquele que um dia foi.
Pedro Macedo nasceu em Lisboa em 1977. Iniciou o seu percurso académico na Escola Profissional de Imagem. Graduou-se em Cinematografia na Escola Superior de Teatro e Cinema. Foi responsável pela imagem de programas como “No Sofá Vermelho” (SIC), “Sociedade das Belas Artes” (SIC Notícias) e “Pop Up” (RTP2). Dirigiu, para televisão, os projetos “Laboratório” (SIC Notícias), “Tradições” (SIC Notícias), “Câmara Clara” (RTP2) e “Entre Imagens” (RTP2). Realizou o documentário “Enxoval”, distinguido em 2013 no Festival Temps d'Images com o prémio para melhor filme português sobre arte. Fundou a Framed Films em 2008. Mantém a sua atividade como realizador e diretor de fotografia freelancer.
Inês Fonseca Santos graduou-se em Cinematografia na Escola Superior de Teatro e Cinema. Dirigiu para televisão os projetos Laboratório (SIC Notícias), Tradições (SIC Notícias), Câmara Clara (RTP 2) e Entre Imagens (RTP 2). Realizou o documentário “Enxoval”, distinguido em 2013 no Festival Temps d'Images com o prémio para melhor filmes Português sobre arte. Fundou a Framed Films em 2008.
O filme documentário #myescape avalia a viagem que refugiados do Afeganistão, Síria e Eritreia escolheram fazer, à medida que as circunstâncias nos seus países de origem se tornavam cada vez mais insuportáveis. Centenas de milhares de pessoas estão a deixar os seus países, famílias e vidas para trás à procura de algumas condições básicas de segurança e liberdade. Na maioria dos casos, o telemóvel tornou-se em ferramenta quintessencial para facilitar a organização da fuga, e o companheiro constante. Isto levou muitos refugiados a documentarem as suas experiências.
Elke Sasse estudou Literatura na Universidade Livre de Berlim antes de começar a trabalhar como autora e jornalista freelance para os departamentos editorais de reportagem, cultura e política das companhias de rádio ORB e DLF, e revistas políticas de televisão ARD e ORB. Desde 1994, dedica-se principalmente à reportagem e documentários mais longos.
Nas terras de pastagem da Mongólia, o cineasta Zhao Liang testemunha os sinais de agitação controversa provocada por uma moderna e agressiva economia. Behemoth viaja entre o documentário e a narrativa, a verdade nua e a alegoria, o sonho e a realidade. Filmado em 4k de cortar a respiração pelo próprio Zhao Liang, Behemoth é um banquete de imagens, sons e música, inspirado pela Divina Comédia de Dante. Do aclamado realizador de Crime and Punishment (Festival des 3 Continents de 2007 - melhor filme) e Petition (Cannes Spécial screenings 2009).
Nascido no nordeste da China (Dandong, na província de Liaoning), Zhao Liang formou-se na Academia de Belas Artes de Luxun em 1992. Baseado em Pequim desde 1993, Zhao tem vindo a trabalhar como documentarista independente, assim como artista de multimédia em fotografia e vídeo-arte. Os seus trabalhos foram expostos no International Center of Photography (Nova Iorque), Walker Art Center (Minneapolis), Haus der Kulturen der Welt (Berlim), Museo Reina Sofia (Madrid) e inúmeras galerias de arte e museus por todo o mundo.
As paredes são locais críticos. Erguem-se com as cidades e chamam por rostos, nomes e a palavra escrita; os fortes e os fracos, slogans, poemas e hinos. Lemos as paredes para descobrir os sonhos dos moradores, quem eles creem ser seu soberano, e aqueles que acreditam em mudar o status quo. Apercebemo-nos da insatisfação das pessoas que saem dos seus esconderijos para escrever algo na parede em escuridão total, olhando para o futuro, virando as costas ao passado. Paredes fazem lembrar revoluções constitucionais e Islâmicas, refletindo a paixão da liberdade ou a ira suprimida nas prisões, de Qasr a Evin. Nenhuma parede, mesmo que totalmente branca, pode ser encontrada sem um traço de marcador e spray. Muros e escrita nunca se separam; esta promessa eterna chama-se escrever na cidade...
Keywan Karimi é um realizador Curdo-Iraniano, nascido em Baneh (Curdistão, Irão) em 1985. Bachalerato em Ciências da Comunicação pela Universidade de Teerão, Faculdade de Ciências Sociais, entre 2003 e 2007. Trabalha como realizador de documentários e filmes de ficção, faz trabalho executivo em cinema e pesquisa na área da sociologia. Realizou 13 curtas e longas metragens que receberam prémios em 21 festivais de cinema. Nonnative Labors in Tehran (2006), Conex Anti-earthquake (2006), City of Earthquake (2007), Man and Bucket (2009), White Dog of Security (2009), Broken Border (2012), The Adventure of a Married Couple (2013), Act (2013), Written on the City (2015). Foi sentenciado a seis anos de prisão e 223 chicotadas. O seu filme documentário mais recente, Written on the City, fala de pinturas murais e graffiti depois da revolução.
Nos últimos meses mais de trinta aparelhos eletrónicos apareceram de forma inesperada nas praças centrais de Lisboa. Segundo relatos recentes na imprensa, estes objetos têm a intenção de "promover a cidade e os seus habitantes". Mas como? E a que preço?
Lucas Manarte nasceu em Lisboa em 1980. Estudou harpa no Conservatório de Música Nacional. Completou um curso de três anos em Imagens em Movimento no ar.co (Centro de Comunicação Artística e Visual, Lisboa)
A Polónia tem tradição na indústria mineira de carvão que existe há mais de 200 anos. Após o trabalho duro e excruciante dentro de um ambiente profundo, escuro, quente e claustrofóbico como o das minas de carvão, alguns mineiros voltam para casa todos os dias para alimentar um passatempo especial que nos faz pensar e refletir sobre a viagem que eles fazem diariamente para ganhar a vida mas igualmente para nutrir uma paixão muito especial – a criação de pombos correio.
O filme apresenta e observa de forma poética o contraste sombrio que existe nos dois espaços que os mineiros atravessam todos os dias – a escuridão negra das minas e os céus abertos acima das mesmas onde os pombos voam todos os dias para manter a forma. O que diz isso sobre os mineiros? O que diz isso sobre nós enquanto seres humanos?
Nascido na Índia, Sardar Arshad abandonou os estudos de arquitetura e trabalhou como supervisor na construção civil e assistente freelance em filmes documentários e longas metragens. Foi copywriter publicitário durante quase uma década antes de decidir estudar cinema em Lodz, na Polónia. Mestrado em Cinematografia pela Escola Nacional de Cinema Polaca.
Um retrato íntimo do dia-a-dia de uma dinâmica e popular líder da resistência Palestiniana que deixou o trabalho a tempo inteiro na ONU para regressar à aldeia natal de al-Walaja e lutar pela sua sobrevivência. Filmado in situ durante um período de quatro anos, "Sheerin of al-Walaja" oferece um olhar fresco e sincero sobre o que motiva alguém a suspender a sua vida em favor de se tornar ativista a tempo inteiro.
Daz Chandler é uma realizadora e artista de vídeo Australiana com formação em jornalismo de informação e apresentação em rádio e televisão. O seu trabalho foi programado em festivais internacionais de cinema por toda a Europa, Estados Unidos e Austrália e exibido em galerias na Austrália, Estados Unidos, Territórios Palestinos e na Turquia. O principal interesse de Daz encontra-se no material que desafia as noções e ideias socioculturais e políticas pré-concebidas e cria instâncias de participação social, ou pontos de ligação entre as partes improváveis. Ela gosta igualmente de desenvolver projetos que satisfaçam o seu sentido de humor negro e flirtem com o surreal e inesperado. Atualmente mora em Sydney com um cão de caça que adora queijo chamado "Ellroy".
Poesia ou ameaça? Um ato de rendição ou talvez arte? Estas foram as teorias que deixaram Nova Iorque a pensar no verão passado. Como pode um incidente ser interpretado de várias formas diferentes? Através de relatos de imprensa, Ameaças Simbólicas permite ao público em geral expressar a sua extrema disparidade de interpretação. Inspirado no aceso debate sobre as duas "bandeiras Americanas brancas" que apareceram subitamente nas torres da icónica Ponte de Brooklyn em Nova Iorque, o filme pergunta que tipo de alcance social tem a arte nos nossos dias. O que acontece quando a liberdade ameaçada reinstala a arte com o elemento de perigo? Quem ou o quê a torna numa ameaça? Será que estamos em segurança na cidade? O que virá a seguir?
Mischa Leinkauf, Lutz Henke e Matthias Wermke cresceram em Berlin nos anos 90, quando aprenderam a utilizar e valorizar as possibilidades da cidade. O entusiasmo partilhado pela reutilização de espaços urbanos juntou-os desde muito cedo. Hoje em dia, ainda se preocupam com as mesmas questões e localizações no seu trabalho, seja como "realizador", "curador" e "cientista cultural" ou "artista de excelência". Eles criam imagens e paisagens mentais, contam histórias e dissecam eventos - sempre com a esperança de tornar o despercebido visível e de explorar o significado fixo de um lugar e potencial utilização do mesmo.
Um filme sobre Carlos Relvas (1838-1894) que nos permite colocar a fotografia no seu tempo e refletir sobre o seu papel nos processos artísticos e de modernização do século XIX. Pioneiro da fotografia do século XIX, Carlos Relvas foi um homem de cultura e inovação, que deixou um legado impressionante de aproximadamente 12.000 fotografias. A maioria foi cuidadosamente restaurada ao longo dos últimos anos e ainda não é do conhecimento público. A sua "casa-estúdio" na Golegã (também recuperada de forma magnífica) é uma estrutura única e reconhecida como um elemento-chave na história mundial da fotografia. Este filme irá habitar no trabalho do fotógrafo, o seu relacionamento com a imagem fotográfica e aumentará a importância do seu trabalho na história do mundo da fotografia. O filme seguirá uma pluralidade de ideias. Entre passado e presente, não necessariamente seguindo uma cronologia estrita, iremos descobrir o trabalho de Relvas. Os negativos guiar-nos-ão ao longo do tempo, mostrando paisagens distantes de toda a Europa, imagens de animais, e retratos humanos. Iremos chegar cada vez mais perto de uma era distante e enigmática, onde a fotografia ia trazendo novas e misteriosas possibilidades.
Olga Ramos (1967) completou o curso de cinema na Escola Superior de teatro e Cinema (ESTC) em Lisboa. Em 1994 recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian incluída no Programa Europeu “Visions: directing documentary”, tutelado por Michael Rabiger em Berlim, Praga e Amsterdão. De 1992 até 2011, Olga realizou e editou vários projetos de documentários de cinema, instalações de arte de vídeo e vídeos de dança moderna. Um de seus mais recentes documentários, intitulado "Dificilmente o que habita perto da origem abandona o lugar", apresenta o artista e escultor Alberto Carneiro e foi selecionado para o festival de cinema Doclisboa.
Três indivíduos com diferentes passados e ansiedades a caminho de se tornarem guarda-costas. Kostantin, de 53 anos, Robbe, 29, e a jovem mãe Ana (18), lutam contra ansiedades provocadas pelo seu passado e todos têm boas razões para serem guarda-costas. O documentário "the Guardians" acompanha-os durante a formação. Um retrato sobre a conquista de segurança.
Benjamin Rost estudou realização de cinema na Filmakademie Baden-Wurttemberg desde 2013. Depois de se graduar na Academia Bávara de Televisão (BAF) em 2009, trabalhou como realizador de filmes documentários. Realizou documentários para a Televisão Bávara. Para além disso, trabalhou como freelancer e realizou documentários, curtas e filmes de Imagem. Antes da Filmakademie Baden-Wurttemberg, estudou filosofia em Munique. Os seus filmes foram exibidos em vários festivais como Filmschau Baden-Württemberg, NeisseFilm festival, Beginning em St. Petersburg e Great Lakes Festival Internacional de Cinema u.a.
Depois de uma ausência de 12 anos, uma realizadora regressa a Israel à procura de respostas. Noga é uma adolescente de liceu ansiosa por ser aceite na melhor unidade do exército Israelita. Moran é uma assistente social religiosa que escolheu viver em Sderot, sob a ameaça constante dos mísseis. Nesta povoação judaico-israelita mora igualmente Hanadi, uma jovem mulher árabe do norte do país a lutar pela sua identidade. Através da tentativa de compreender as escolhas destas mulheres, é revelada a história pessoal da realizadora. De norte a sul, do passado ao presente, a busca de respostas cria um retrato íntimo das mulheres num país em guerra.
A realizadora Francesa-Israelita nasceu em Munique em 1983. Sharon passou os primeiros 14 anos em Munique, antes de se mudar para Jerusalém em 1997 quando a sua mãe foi nomeada correspondente no Médio Oriente para a revista Focus. Em 2001completou o liceu Francês em Jerusalém e foi para Paris estudar representação. Continuou os estudos de teatro em Nova Iorque no New Actor’s Workshop sob a direção de Mike Nichols (the Graduate). Ainda em Nova Iorque, começou a encenar peças de teatro. Depois de trabalhar como atriz e encenadora em várias produções teatrais, decidiu continuar a sua educação na New York Film Academy, onde estudou Produção. Em 2007, Sharon mudou-se para Berlim e começa a trabalhar freelance na indústria cinematográfica como diretora de casting e atriz. Em 2009, paralelamente ao seu trabalho, iniciou os estudos académicos e graduou-se com um Mestrado em Antropologia Visual em 2013. O maior impacto na sua vida foi o tempo passado em Jerusalém. Por esta razão, “Hakara”, a sua estreia como realizadora, nunca poderia falar de outra coisa senão as vidas dos seus habitantes.
As memórias vivas de uma aldeia morta.
Iria regressa à aldeia deserta para recordar a sua infância solitária.
José Carlos Barbosa tem formação em Fotografia, Cinema, Comunicação Vídeo e Multimédia e um Mestrado em Estudos de Cinema. É coordenador da secção de video online na Câmara Municipal de Lisboa. Atualmente é professor de Fotografia na Universidade Lusófona. É fotógrafo há mais de 30 anos, com múltiplos trabalhos em fotografia documental.
Reda tem 26 anos de idade. O seu sonho de escapar do campo de refugiados Palestiniano de Ain el-Helweh acabou em fracasso após três anos encurralado na Grécia. Regressou com o vício da heroína para viver num campo a ser destruído por quezílias internas e a incursão da guerra na Síria. Contra todas as probabilidades, ele decide casar com a namorada de infância; uma história de amor, tão agridoce como o próprio campo.
Mahdi Fleifel é um realizador Dinamarquês-Palestiniano a residir em Amsterdão. Graduado da National Film and Television School no Reino Unido em 2009. O seu primeiro filme, ‘A World Not Ours’ foi aclamado internacionalmente e ganhou mais de trinta distinções, incluindo prémios na Berlinale, Festival de Cinema de Edinburgo e Doc NYC. O seu último filme, ‘Men in the Sun’, é baseado em temas e personagens encontrados durante a realização de trabalhos mais recentes e está a ser desenvolvido com a New Danish Screen.
Na remota região da Patagónia, Argentina, os restantes membros da comunidade de Boers Afrikaans lutam por conseguir manter vivas a sua língua e cultura, enquanto sonham em reunirem-se com as famílias distantes do outro lado do oceano na África do Sul. Num local remoto da Patagónia, existe uma comunidade com 100 anos que fala Afrikaans – um idioma apenas falado na África do Sul. Depos da destruição das suas quintas devido à guerra com os Ingleses, estes Boers – descendentes de colonos Holandeses – atravessaram o oceano para começar uma nova vida em 1902. Os Boers seguiram para o coração árido da Patagónia onde encontraram terras que lhes faziam recordar a sua casa distante. Hoje, os seus filhos e netos ainda perduram neste local inóspito. Falam Afrikaans arcaico, cozinham comida tradicional e cantam velhas canções de folclore. Mas apesar do forte orgulho nas suas raízes, a cultura tem sido erodida ao longo do tempo e apenas algumas dezenas de velhos indivíduos ainda falam a língua-mãe. Lutam por manter viva a cultura mas estão resignados ao facto de serem a última geração a falar a língua na região, e que irão desaparecer numa década ou duas. É um mundo paralelo da sociedade Afrikaans contemporânea, separada das políticas de apartheid intervenientes na África do Sul. O filme segue uma família, os Dickasons, que sonha em reatar laços familiares. Viajam de volta a África pela primeira vez, explorando o sentido de identidade e ligação com as suas raízes.
Richard Finn Gregory (África do Sul) é um cineasta e cinematógrafo premiado. Começou a trabalhar em cinema em 2001 como argumentista de narrativa. Viveu em Tóquio durante alguns anos, onde começou a trabalhar como realizador de videoclips. Depois de regressar à África do Sul, concentrou-se na realização de documentários, o que levou a trabalhar em projetos na Ásia, África, América do Sul e Europa. Muito de seu trabalho tem-se concentrado em questões sociais e ambientais no mundo em desenvolvimento. Foi a última pessoa a filmar Nelson Mandela em ambiente privado, como parte do projeto 21 icons. Richard é formado em Literatura (Universidade de Cape Town), foi aluno na Escuela de Cine de Barcelona e tem um mestrado em argumento e realização de cinema (AFDA). Fundador da Good Work, um estúdio para documentário baseado na Cidade do Cabo. O seu filme-tese de mestrado, Crumbs: Toppling the Bread Cartel, exibido no Festival Internacional de Documentário Encounters, entre outros, foi o filme de abertura do Festival de Cinema de Direitos Humanos.
“Histórias Maternais” é uma viagem introspetiva baseada no arquivo audiovisual da família da autora. O filme explora intimidade, palavras e silêncio e aborda os vários tons do chamado instinto maternal. A autora questiona a herança implícita que passa de geração em geração e os desejos em conflito que a assombram enquanto mulher e mãe.
Anouk Dominguez-Degen nasceu em 1980 no Rio de Janeiro, Brasil. Tem dupla nacionalidade Brasileira e Suíça. Em 2002, obteve o diploma de realização e produção de televisão LTV, Equador. De 2003 a 2007, completou os estudos de cinema na HEAD (antiga ESBA), Escola Superior de Arte e Design de Genebra; em 2007 obteve uma pós-graduação em artes visuais e cinema de orientação. Em 2012, ganhou uma bolsa e trabalhou como "assistente pessoal" na longa-metragem Brasileira “Depois da Chuva", rodada em Salvador da Baía, Brasil. Em 2013, participação no Campus Talent na Berlinale #11 como realizadora. Vive e trabalha em Genebra, nas áreas da realização e pós-produção audiovisual.
Volta à Terra conta a história de uma comunidade em extinção: camponeses que praticam agricultura de subsistência numa aldeia das montanhas do norte de Portugal, esvaziada pela imigração.
Entre a evocação do passado e um futuro incerto, seguimos os 49 habitantes da Uz pelas quatro estações do ano.
Entre os habitantes encontramos António, antigo emigrante que realizou o sonho de regressar ao país e prepara a festa da aldeia para o Verão, e Daniel, jovem pastor que sonha com o amor ao anoitecer.
João Pedro Plácido, nasceu em Lisboa, em 1979. Começou a filmar e realizar videoclips aos 19 anos e, mais tarde, estudou Cinema na ESTC (Lisboa) e na Hochschule für Film und Fernsehn (Babelsberg). É fluente em cinco línguas e desde 2000 tem trabalhado um pouco por todo o mundo, primeiro como assistente de imagem e mais tarde como director de fotografia. O seu trabalho tem sido reconhecido com prémios nacionais e internacionais. Volta à Terra é o seu primeiro filme.
Emigrado em França durante vinte e quatro anos, José Bento Garelha passou a maior parte desse tempo em trabalho, movido pela perspetiva do regresso a Portugal, seu país de origem. Desempenha atualmente as funções de Presidente da Junta de Freguesia de Paderne, num quotidiano caraterizado por uma forte ligação à comunidade a que pertence.
Numa aldeia envelhecida, uma mãe é visitada pelo seu filho emigrado.
Encontramos José nas suas tarefas do quotidiano. Conta-nos uma história de antigamente. E depois outra, e outra. Nos braços da grande família que nasceu desta história, por entre campos e estradas, José guia-nos por memórias de celas, terras e fronteiras.
Rui Táboas emigrou para França para escapar à guerra colonial. Quis, o destino, que fosse um dos protagonistas da Revolução de 25 de Abril de 1974.
No seguimento do olhar desenvolvido por António Borges Correia – os moldes do documentário (“O Lar”, exibido no Indielisboa 2008) para recriar histórias de ficção (“O Gesto”, 2011) -, a paisagem de Arcos de Valdevez, em Portugal, serve de cenário para recriar, com as mesmas pessoas, uma história verdadeira. Aí, um pai tenta reconstruir a sua vida, depois de uma separação, para acolher o seu filho André e voltar a unir uma família. Pelo olhar de António Borges Correia e a perspetiva da sua câmara, os seus atores (as pessoas que viveram, nos mesmos papéis, a mesma história), seguem as sugestões que uma nova ficção cria a partir daquilo que já se viveu, dando-nos a conhecer, pelo cinema, uma vida real de um país verdadeiro. Mas são os olhos luminosos do jovem André a reunir o seu grande foco: aquilo que perdeu na sua família, o seu desejo de ver reconhecido o seu talento para o futebol profissional, e aquilo que ele resguarda, das suas várias figuras familiares, nesse seu jovem olhar.
Nascido em 1966. Após uma breve passagem pela Rádio e Imprensa escrita, inicia os estudos de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema em 1989 optando pela área da Montagem. Em 1992 faz estágio como 2o Assistente de Realização no filme "A Caixa" de Manoel de Oliveira e realiza um dos exercícios finais do curso.
Em 1998 tem subsídio do ICA para a sua primeira curta-metragem, "Golpe de Asa" que chega a Locarno, Clermont-Ferrand e Vila do Conde. Continua a experimentar as curtas durante um longo período até se concentrar num conceito muito pessoal de fazer documentário ao ponto de se deixar invadir pela ficção.
Aí surge "O Lar", pensado vinte anos antes e concluído em 2007. Estreia em Paris no Centro Pompidou (Cinéma du Réel) e viaja por alguns festivais internacionais.
Segue-se um projecto com veteranos de guerra e em 2010 produz e realiza "Parto" com personagens a desempenhar o seu próprio papel e que arrisca até ao limite a fusão entre o documentário e a ficção (Estreia no DocLisboa e é seleccionado para o BAFICI em Buenos Aires e para o CineB no Chile. Este terreno continua a ser explorado no ano seguinte com "Gesto", um filme sobre um jovem surdo, que ambiciona ser realizador de cinema.
O filme mais recente, “Os Olhos de André”, estreia no IndieLisboa, onde recebe 3 prémios, incluindo o de melhor filme na competição nacional. Continua a viajar por festivais depois de já ter passado pelo Québec, Hong Kong, Gijón, Londres...
Uma viagem às fronteiras do norte de Portugal e Galiza transporta-nos ao nosso passado mais
recente, o contrabando local e a emigração clandestina eram práticas habituais nestas terras, aproveitando a proximidade do país vizinho.
A raia, como popularmente é conhecida a fronteira, guarda uma história de luta diária pela sobrevivência e as suas mulheres são testemunhas.
Nasceu em Tui em 1986. Licenciada em Comunicação Audiovisual pela Universidade de Vigo (2008). Mestrado em Comunicação e Indústrias Criativas pela Universidade de Santiago de Compostela (2013).
Em 2009 produz e realiza a seu primeiro documentário "Mulheres da Raia" que tem recebido vários prêmios em diversos festivais nacionais e internacionais. Posteriormente, trabalho como realizadora na produtora Pórtico Audiovisual. No campo da produção trabalha para a Agência Galega de Indústrias Culturais (AGADIC) na organização de vários encontros do programa CRIATIVA promovendo o intercâmbio cultural multidisciplinar entre Espanha e Portugal.
Trabalha no estúdio de pós-produção sonora cinematográfica Cinemar Films com presença em mercados internacionais. Em 2010, coordenou a retrospectiva documental Carlos Velo: Olhar ao Marge, como programadora do FILMINHO (Festival de Cinema Galego e Português). Paralelamente, promoveu e desenvolveu vários workshops itinerantes em vários escolas da Galícia e Norte de Portugal. Entre 2009 e 2013, foi membro do laboratório de documentário "O Retrato Filmado" dirigido por Marta Andreu. Atualmente trabalho em la pós-produção de "Palmira", fruto dos 5
retratos elaborados nos anos de laboratório e como profissional da comunicação e marketing no meio empresarial.
Avelino e Amélia recordam os tempos idos do Contrabando. Ambos ganharam as suas vidas graças à fronteira, contudo desempenharam papéis completamente opostos: ele fora guarda-fiscal e ela contrabandista. Neste “jogo do gato e do rato” descobrimos algo maior que une estes dois eternos antagonistas.
Houve um tempo em que entre Portugal e Espanha existia toda uma economia paralela de contrabando, um tempo onde o bem e o mal não se definiam por uma fronteira e do qual restam as memórias das gentes raianas como o senhor Amadeu Pereira, que nos fala de como Melgaço costumava ser.
O filme explora memórias de um contrabandista da velha guarda que passou a sua juventude a atravessar o rio Minho que divide Portugal e Espanha vezes sem fim. Uma das memórias mais claras dele transporta-nos para um momento trágico da morte do amigo.
Maria Emília, ex-contrabandista, desvenda o susto de que se livrou graças a um guarda
fiscal. Durante quinze anos, mesmo enquanto grávida, Emília atravessou a fronteira entre Portugal e Espanha, contrabandeando géneros alimentares para subsistência, para vender no seu café e porta-a- porta.
Ao longo do tempo, depois do contrabando, a vida de Emília foi-se moldando à nova realidade. O perigo acabou, dando lugar à tranquilidade. Sobrando apenas as memórias do contrabando que, de vez em quando, lhe vêm à memória enquanto
trabalha no campo.
O contrabando é revisto numa viagem como uma memória explorada pelas suas palavras e reencontros inesperados que resultam de encontros inesperados.